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O que podemos aprender com cidades inovadoras

O que podemos aprender com cidades inovadoras

2 de dezembro de 2019

As cidades, como as conhecemos, são um fenômeno recente. Os centros urbanos cresceram muito rapidamente, principalmente após a Revolução Industrial e a explosão demográfica de meados do século XX. A industrialização desenfreada e a Guerra Fria tornaram-nos locais voltados à tecnologia, aos negócios, à busca de poder e soberania internacional. Grandes movimentos migratórios levaram camponeses a buscar maiores oportunidades nas cidades. Mas poucos espaços foram planejados, e menos ainda tiveram foco na população. Apesar de todos os problemas, as cidades são o futuro, e a vida nelas tornou-se o grande desafio do Século XXI. Na busca incessante por uma vida melhor no espaço urbano, surgem iniciativas voltadas ao protagonismo e à humanização das cidades, formando a ideia moderna de inovação urbana.

Ao contrário do sentido que a palavra inovação tomava ao final do século passado, associado ao avanço da tecnologia em aplicação mundial, a inovação urbana busca o contexto local das pequenas cidades em detrimento das megalópoles, segundo estudiosos e profissionais do meio. O economista Edward Glaeser, autor de “O Triunfo das Cidades”, e o acadêmico de arquitetura e urbanismo da Universidade de Michigan Douglas Kelbaugh apostam nisso. Eles e outros arquitetos e urbanistas foram ouvidos pelo Wall Street Journal em 2016, e destacaram cinco cidades que são exemplos de inovação urbana através de certos projetos.

Detroit eliminou pontos de zoneamento e facilitou o impulsionamento de novos negócios. É uma forma de regeneração urbana que foi experimentada em Londres, nos anos 80, acreditando que as pessoas podem morar perto de seus trabalhos e se deslocarem a pé.

Houston inovou quanto à venda de moradias, evitando a gentrificação e a inflação imobiliária e mantendo os investimentos em infraestrutura, atraindo novos moradores. Entre 2010 e 2014 a cidade teve a maior emissão de permissões de edificações nos Estados Unidos, facilitando o acesso à moradia de novos moradores de distintas classes sociais.

Vancouver adotou uma série de medidas para se tornar uma cidade para pedestres. Novas normas de edificação, alterações no desenho das ruas e instalação de pontos comerciais no nível das calçadas (fora de grandes shoppings), entre outras ações, diminuíram o trânsito de automóveis em 20% nos últimos 20 anos, aumentando consideravelmente os deslocamentos a pé. A cidade canadense é considerada uma das mais caminháveis do mundo.

Medellín desenvolveu projetos urbanos em regiões vulneráveis, reduzindo sensivelmente os altos índices de violência dos anos 70 e 80. Implantou o primeiro sistema de teleféricos do mundo voltado ao transporte, além de escadas mecânicas ao ar livre em determinados bairros, conectando-os à cidade e amplificando a qualidade de vida de seus moradores. Medidas que levaram Medellín a destaque nas dez melhores práticas de transporte do mundo pela organização Streetfilms, e ao Prêmio de Transporte Sustentável pela ITPD, em 2012.

Singapura, uma cidade-estado, teve que buscar maneiras de inovar sob restrições. A administração de recursos e espaço escassos fez os habitantes adotarem medidas como a reciclagem, levando a cidade a ser considerada uma das mais verdes do mundo, e a mais verde da Ásia. Entre outros vários projetos, foi uma das primeiras cidades a implantar a tarifação viária. Além disso, devido ao seu fornecimento limitado, implantou níveis de dessalinização e purificação de água. Tamanha limitação acarreta em um dos mais elevados custos de vida do mundo, onde quase todos os alimentos têm que ser importados.

Mas a inovação urbana não surge apenas de iniciativas oficiais, presentes principalmente em países desenvolvidos. Muitas vezes nasce do próprio movimento da população em direção à resolução de suas necessidades, posteriormente podendo integrar projetos da gestão pública. No Brasil temos bons exemplos em Curitiba e São Paulo, por exemplo.

Curitiba

Curitiba liberou o plantio de hortaliças nas calçadas e prevê sua regulamentação. Hoje o cultivo já é praticado em muitos bairros, o que chegou a gerar protestos e denúncias por uso do espaço público, e uma certa urgência no tratamento da questão por parte do poder municipal. A agricultura urbana é vista com bons olhos e vem sendo incentivada através de apoio técnico municipal e a liberação de áreas para cultivo. As hortas urbanas vêm mudando a vida de muitos habitantes, possibilitando uma reconexão com a terra em meio à cidade, a possibilidade de acesso a alimentos orgânicos e uma vida mais saudável, a integração da comunidade, a geração de renda ou até mesmo como uma atividade terapêutica para os mais velhos, principalmente de classes mais baixas.

De acordo com o Secretário Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN), Luiz Gusi, atualmente são 27 áreas cultivadas por produtores urbanos, beneficiando mil famílias e cerca de 6,3 mil pessoas, entre agricultores, familiares e pessoas que ganham ou adquirem os alimentos das hortas. Essas hortas comunitárias integram o Programa Agricultura Urbana da Prefeitura de Curitiba, projeto que ganhou o 2º lugar do Prêmio ODS Brasil, que tem o objetivo de valorizar, incentivar e dar visibilidade a ações que contribuam para alcançar as metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável no país.

Uma prática que começou com a sociedade civil de San Francisco, em 2005, se alastrou rapidamente pelo mundo e foi adotada por muitas cidades brasileiras. O “Park(ing)”, um trocadilho entre “parking” (estacionamento) e “park” (parque), surgiu com o intuito de transformar um espaço destinado a carros em praças, trazendo a reflexão sobre o uso do espaço urbano destinado a veículos nas ruas, viadutos e estacionamentos. Chegou a diversas capitais brasileiras no ano seguinte, batizado de vaga viva.

Vaga viva em São Paulo

Com diversas ações pontuais ao longo dos anos, como no “Dia Mundial sem Carro”, o movimento foi crescendo e ganhando adeptos. Em 2011 o conceito já havia se espalhado por diversas cidades dos Estados Unidos, sendo implementado como política pública no Brasil em 2013, primeiramente em São Paulo, assumindo a denominação de “Parklet”.

Hoje outras cidades como Porto Alegre já adotaram a ideia. As áreas podem ser usadas para os mais variados fins, como local de descanso, de exercício ou como um parque, mas sempre mantendo o intuito de retomar o espaço público para as pessoas, visando ao convívio e à reconexão no meio urbano. Conta inclusive com o apoio de estabelecimentos comerciais, que igualmente se beneficiam do conceito, atraindo pedestres e possíveis clientes.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, enquanto duas vagas de estacionamento beneficiam aproximadamente 40 pessoas ao longo de um dia, um parklet alcança até 300 pessoas no mesmo período. Um impacto muito mais amplo e democrático, tendo em vista que inclusive os motoristas podem usufruir do espaço. Você pode ler mais sobre os parklets nas vias públicas de São Paulo.

São exemplos de inovação urbana, capazes de transformar a vida nas cidades. E é a mesma essência da acupuntura urbana, conceito muito utilizado no urbanismo através do qual a “cura” dos problemas nas cidades pode vir de pequenas intervenções. Jaime Lerner, arquiteto paranaense, trouxe o conceito ao Brasil e o aplicou em Curitiba, capital da qual foi prefeito. Ele diz que todas as cidades do mundo têm problemas semelhantes, mas que os maiores desafios são a mobilidade, a sustentabilidade e a tolerância à sociodiversidade, destacando a abordagem local. Iniciativas que colaborem para a reaproximação das pessoas na convivência cotidiana gerarão mais diversidade, contribuindo para cidades mais humanizadas.

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